COMO VI O MINDELACT
Desde o início deste festival de teatro que sentia uma satifasção enorme pois, era a primeira vez desde há imensos anos que teria a oportunidade de ver todos os espectáculos. E assim foi. Só não vios espectáculos da Teatrolândia. Consegui estar em todos os espectáculos da programação principal e do festival off. É claro que houve uma grande variedade de espectáculos. Grupos com experiência variada, de países diferente, com realidades diferentes, e melhor ainda, com propostas diferentes.
Não vou cá falar da abertura, uma vez que, como autor e encenador da obra, não serei a melhor pessoa para o fazer. Mas deixemos que o público e os aplausos (para mim, muito sinceros) falem por si. Falando dos outros espectáculos, foi tudo muito bem, com excepção do único sobre o qual depositei muita expectativa – (Re) Apareceu a Margarida, com o actor brasileiro Júnior Sampaio, que há dois anos atrás nos brindara com uma magnífica actuação. Mas os que mais me marcaram foi Ratos e Homens em que meu amigo de fé João Paulo Brito fez uma brilhante actuação aliás, em minha opinião, a maior de sempre (de relçar que vi e fiquei com vontde de ver mais Adão e as sete pretas de fuligem) e Rostos de Loanda e Luanda, de um grupo de teatro angolano que, embora apresenta actores já nossos conhecidos da série cómica “Conversas no Quintal”, até então era para nós total mente anónimo. O final de Ratos e Homens é surpreendente e chocante. A peça é, toda ela, envolta numa trama que nos faz repensar a vida. Envolvente. Falando dos angolanos, Quim Fazano é simplesmente fenomenal. E a peça é nutrida por uma energia contagiante que deixa qualquer público eufórico. Isso não deixando para trás a forma como uma importante parte da História da capital daquele país irmão nos é servido. Uma forma deliciosa de fazer teatro, e uma surpresa muito agradével. Outra peça que era aguardada por muitos, também com alguma expectativa – Mulheres na Lajinha, do Grupo de Teatro do Centro Cultural Poruguês do Mindelo/ICA. Isso talvez pela qualidade dos espectáculos a que o experiente e mais internacional grupo mindelense já nos acostumou, ou porque a encenação era assinado por João Branco. Para mim que já lera a obra de Germano Almeida “O Mar na Lajinha”, não esperava muito mais do que foi apresentado. Para mim nenhuma surpresa: actrizes que conheço sobejamente e um texto também que não vai mais por aí além. Porém, de certeza, com passagens e sátiras que agradariam o público. O que fiquei à espera e, ainda bem, fiquei satisfeito, foi com a cenografia e a iluminação, enfim uma componente visual e plástica agradável. De qualquer forma, um espectáculo que, tal como esperava, não me surpreendeu, mas que me fez rir e ficar com a sensação de que não teria perdido a minha noite.
Outro momento que me marcou bastante foi a actuação do espanhol Enano com a sua estreia no Festival Off com o espectáculo Clown Gente Grande e o seu palhaço “Macaco Chuclatim”. Principalmente quando, só de sunga, põe-se de pé em frente à Helô e à Bia Barbosa e canta “Mi é profissional”. O público foi ao rubro e eu quase chorei.
Outros espectáculos, tais como o do grupo Fladu Fla da Praia e o do grupo Nova Sintra da Brava, deixam-me com a sensação de que o teqtro nessa ilhas está a avançar, mas que muito trabalho ainda está por se fazer. O grupo Fladu Fla apresentou um espectáculo com muita quebra ritmica e com uma banda sonora mal tratada e, quanto a mim, não muito acertada para o espectáculo que foi apresentado. Mas, de qualquer forma, melhor do que nos anos transactos. Quanto ao grupo da Brava, vi um espectáculo em que a vertente plástica e musical não se mostrou de grande importância. Um espectáculo interessante, mais voltado para o texto, mas com algo muito importante a ser trabalhado – a voz, a sua intensidade, a sua projecção, a sua colocação e, sobretudo a dicção, numa língua que não é tão bem entendida aqui em São Vicente. Mas gostei e acredito que o Grupo Nova Sintra é já uma aposta ganha.
Mais espectáculos? Claro! Porque não falar de Obrigado!, um espectáculo diferente mas muito agradável. Música de muito bom gosto e bem executado pelas guitarras de Fran Perez (pena que não entendi quase nada da letra) e as histórias hilariantes do sobejamente conhecido entre nós Quico Cadaval (quem não ficou tocado por aquela história da galinha, e da gata que decidiu nunca mais pôr um ovo?). Ou ainda de Cadú Févero que após um espectáculo baseado num drama urbano, Diário das Crianças do Velho Quarteirão, juntamente com Luísa Thiré e Oberdan Júnior esvairam-se em lágrimas depois de terem recebido o “Prémio Copacabana 2006”. Quem pensa que só os fazedores de tetro em Cabo Verde sofrem deveriam ter ouvido o discurso do Cadú. E ainda das canarinas que trouxeram El Jardin Prometido, uma peça que fala de algo que pode ser muito nosso – coisas das ilhas (embora tenha gostado mais do espectáculo de 2005).
Além disso a convivência foi fantástica. Toda a troupe do Mindelact que deu mais que o litro para que tudo corresse bem, a alegria contagiante do Quico e do Enano, da beleza das menininhas de Sintanton, de Djabraba, da Itália, das Canárias e, claro está, do nosso Mindelo. E também das críticas construtivas que recebemos. Aliás, este ano foi maracado por interessantes debates sobre as peças e sobre o mindelact por parte de muitas pessoas dentro do público mindelense. Tudo isso cobre perfeitamente o olhar gordo de quem quer que seja que viu este festival com muitos maus olhares.
E para quem sempre acredita no Festival MINDELACT, o que me resta dizer é...
... Wellcome to Cidade de Mindelo
Pulmão de tude ôtes ilha de Cabo Verde
Nôs edifício ta sirvi de modelo
É só bô espiá pa Alfândega de Mindelo
Baía de Porto Grande é nôs orgulho e felicidade
Neu Lopes
Não vou cá falar da abertura, uma vez que, como autor e encenador da obra, não serei a melhor pessoa para o fazer. Mas deixemos que o público e os aplausos (para mim, muito sinceros) falem por si. Falando dos outros espectáculos, foi tudo muito bem, com excepção do único sobre o qual depositei muita expectativa – (Re) Apareceu a Margarida, com o actor brasileiro Júnior Sampaio, que há dois anos atrás nos brindara com uma magnífica actuação. Mas os que mais me marcaram foi Ratos e Homens em que meu amigo de fé João Paulo Brito fez uma brilhante actuação aliás, em minha opinião, a maior de sempre (de relçar que vi e fiquei com vontde de ver mais Adão e as sete pretas de fuligem) e Rostos de Loanda e Luanda, de um grupo de teatro angolano que, embora apresenta actores já nossos conhecidos da série cómica “Conversas no Quintal”, até então era para nós total mente anónimo. O final de Ratos e Homens é surpreendente e chocante. A peça é, toda ela, envolta numa trama que nos faz repensar a vida. Envolvente. Falando dos angolanos, Quim Fazano é simplesmente fenomenal. E a peça é nutrida por uma energia contagiante que deixa qualquer público eufórico. Isso não deixando para trás a forma como uma importante parte da História da capital daquele país irmão nos é servido. Uma forma deliciosa de fazer teatro, e uma surpresa muito agradével. Outra peça que era aguardada por muitos, também com alguma expectativa – Mulheres na Lajinha, do Grupo de Teatro do Centro Cultural Poruguês do Mindelo/ICA. Isso talvez pela qualidade dos espectáculos a que o experiente e mais internacional grupo mindelense já nos acostumou, ou porque a encenação era assinado por João Branco. Para mim que já lera a obra de Germano Almeida “O Mar na Lajinha”, não esperava muito mais do que foi apresentado. Para mim nenhuma surpresa: actrizes que conheço sobejamente e um texto também que não vai mais por aí além. Porém, de certeza, com passagens e sátiras que agradariam o público. O que fiquei à espera e, ainda bem, fiquei satisfeito, foi com a cenografia e a iluminação, enfim uma componente visual e plástica agradável. De qualquer forma, um espectáculo que, tal como esperava, não me surpreendeu, mas que me fez rir e ficar com a sensação de que não teria perdido a minha noite.
Outro momento que me marcou bastante foi a actuação do espanhol Enano com a sua estreia no Festival Off com o espectáculo Clown Gente Grande e o seu palhaço “Macaco Chuclatim”. Principalmente quando, só de sunga, põe-se de pé em frente à Helô e à Bia Barbosa e canta “Mi é profissional”. O público foi ao rubro e eu quase chorei.
Outros espectáculos, tais como o do grupo Fladu Fla da Praia e o do grupo Nova Sintra da Brava, deixam-me com a sensação de que o teqtro nessa ilhas está a avançar, mas que muito trabalho ainda está por se fazer. O grupo Fladu Fla apresentou um espectáculo com muita quebra ritmica e com uma banda sonora mal tratada e, quanto a mim, não muito acertada para o espectáculo que foi apresentado. Mas, de qualquer forma, melhor do que nos anos transactos. Quanto ao grupo da Brava, vi um espectáculo em que a vertente plástica e musical não se mostrou de grande importância. Um espectáculo interessante, mais voltado para o texto, mas com algo muito importante a ser trabalhado – a voz, a sua intensidade, a sua projecção, a sua colocação e, sobretudo a dicção, numa língua que não é tão bem entendida aqui em São Vicente. Mas gostei e acredito que o Grupo Nova Sintra é já uma aposta ganha.
Mais espectáculos? Claro! Porque não falar de Obrigado!, um espectáculo diferente mas muito agradável. Música de muito bom gosto e bem executado pelas guitarras de Fran Perez (pena que não entendi quase nada da letra) e as histórias hilariantes do sobejamente conhecido entre nós Quico Cadaval (quem não ficou tocado por aquela história da galinha, e da gata que decidiu nunca mais pôr um ovo?). Ou ainda de Cadú Févero que após um espectáculo baseado num drama urbano, Diário das Crianças do Velho Quarteirão, juntamente com Luísa Thiré e Oberdan Júnior esvairam-se em lágrimas depois de terem recebido o “Prémio Copacabana 2006”. Quem pensa que só os fazedores de tetro em Cabo Verde sofrem deveriam ter ouvido o discurso do Cadú. E ainda das canarinas que trouxeram El Jardin Prometido, uma peça que fala de algo que pode ser muito nosso – coisas das ilhas (embora tenha gostado mais do espectáculo de 2005).
Além disso a convivência foi fantástica. Toda a troupe do Mindelact que deu mais que o litro para que tudo corresse bem, a alegria contagiante do Quico e do Enano, da beleza das menininhas de Sintanton, de Djabraba, da Itália, das Canárias e, claro está, do nosso Mindelo. E também das críticas construtivas que recebemos. Aliás, este ano foi maracado por interessantes debates sobre as peças e sobre o mindelact por parte de muitas pessoas dentro do público mindelense. Tudo isso cobre perfeitamente o olhar gordo de quem quer que seja que viu este festival com muitos maus olhares.
E para quem sempre acredita no Festival MINDELACT, o que me resta dizer é...
... Wellcome to Cidade de Mindelo
Pulmão de tude ôtes ilha de Cabo Verde
Nôs edifício ta sirvi de modelo
É só bô espiá pa Alfândega de Mindelo
Baía de Porto Grande é nôs orgulho e felicidade
Neu Lopes
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